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   Opinião

  João Vieira Pereira  

  Expresso Diário

  11 de Fevereiro de 2015

 

O erro de Maria

Antecipar o pagamento de 14 mil milhões ao FMI é um erro. E pode ser crasso.
A pressa é inimiga da perfeição. Maria Luís Albuquerque quer mostrar que não somos a Grécia. Que nesta altura conturbada até há um país que não só consegue pagar, mas que o faz mais cedo do que é necessário. Para o fazer tem que substituir essa dívida por nova, contraída no mercado. Pelo caminho diz ainda poupar 130 milhões em juros.

 

Numa primeira análise este movimento é correto. Imita a Irlanda e tenta afastar, de uma vez por todas, a ideia de que Portugal está a par da Grécia. 

 

Mas será assim? Eis as minhas dúvidas.


 

1 - Os investidores sabem há muito que Portugal não é a Grécia. As taxas de juro assim o demonstram. Apesar do aumento dos últimos dias ,as taxas portuguesas estão longe do aumento exponencial que as gregas tiveram. Há um ano as obrigações portuguesas a 10 anos registavam taxas de 5%. Hoje estão nos 2,38%, as gregas perto dos 11%. E se compararmos maturidades mais baixas a diferença ainda é maior. As obrigações portuguesas a 3 anos estão nos 0,786%, as gregas estão nos 18,1%! Ainda hoje Portugal colocou dívida a 10 anos com os juros a baterem um novo mínimo histórico.


 

2 - Mas e se a Grécia sair do euro? Cada dia que passa, sem acordo à vista, maior essa probabilidade. Se houve um “Grexit” qual vai ser o impacto? Quando a crise rebentou, em 2011, o Governou tentou desesperadamente dizer que não éramos a Grécia. Não foi possível. Os mercados levaram todos por igual. Ninguém no seu perfeito juízo pode dizer que tudo está controlado. Um governo deve ter sempre um plano B. Antecipar pagamentos e ficar sem almofada não é a coisa mais prudente a fazer nesta altura.


 

3 - Por último. Substituir o FMI pelo mercado pode ser um bom negócio, mas só a curto prazo. A poupança em juros é considerável. E o governo toma esta decisão no mesmo mês em que decide reduzir as taxas dos juros. Mais um erro inacreditável. Em vez de poupar 130 milhões com o pagamento antecipado, teria sido mais inteligente manter as taxas de juro dos certificados mais altas e atrair poupança privada. Portugal tem um elevado nível de dívida, grande parte dela detida por entidades externas, que levam todos os anos 7 mil milhões de juros de riqueza gerada em Portugal. Ao canalizar parte dessa dívida para poupança dos portugueses, todos ganham. Diminui a necessidade de ir ao mercado; permite que uma parte dos elevados juros que são pagos fiquem cá dentro, distribuídos às famílias portuguesas; e diminui os impactos negativos de uma qualquer crise de dívida pública.

 

EM VEZ DE POUPAR 130 MILHÕES COM O PAGAMENTO ANTECIPADO, TERIA SIDO MAIS INTELIGENTE MANTER AS TAXAS DE JURO DOS CERTIFICADOS MAIS ALTAS E ATRAIR POUPANÇA PRIVADA

 

Há legislativas este ano e o Governo quer mostrar a todo o custo que conseguiu o que era considerado impossível. Mas é preciso pensar além do curto prazo. Há vida para além das eleições.

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publicado às 11:37

Prometido

Alemanha pronta para flexibilizar plano português (COM VÍDEO) A Alemanha está disponível para flexibilizar as condições do programa de assistência financeira a Portugal depois de ser encontrada uma saída para a crise grega, disse o ministro das Finanças...

A notícia está a ser avançada pela TVI com base num vídeo de uma conversa informal entre os dois responsáveis, à margem de uma reunião em Bruxelas: Shauble disse a Gaspar que se tal se vier a revelar necessário, depois do acordo na Grécia, a Alemanha pode "flexibilizar" o ajustamento português.

O ministro alemão dá conta da dificuldade em convencer o Parlamento e a opinião pública germânica de que as decisões sobre os países periféricos estão a ser levadas a sério.

Gaspar agradeceu.

HFC

publicado a 2012-02-09 às 20:48 pelo Diário de Notícia Online

"Cumprido"

 

Vítor Gaspar candidata-se a cargo no FMI

Processo de seleção deve estar concluído em fevereiro

Por: 

Redacção / MM | 2014-01-11 11:52 (TVI 24)

O antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar candidatou-se a um alto cargo no FMI, avança a edição deste sábado do jornal «Expresso». O jornal escreve ainda que Vítor Gaspar estará esta semana em Washington, em consultas no âmbito do processo de seleção que deverá ficar fechado em Fevereiro.

O cargo ao qual Gaspar se candidata é no departamento de política fiscal do Fundo Monetário Internacional. É uma candidatura a nível pessoal e não se trata de qualquer sugestão do Governo português, embora conte com o apoio do mesmo, conta o jornal. Atualmente, Vítor Gaspar é consultor do Banco de Portugal, cargo aoqual regressou depois de ter saído do Governo.

Ainda de acordo com o «Expresso», Gaspar conta com o apoio de Portugal e da Alemanha neste processo de candidatura ao cargo no FMI.

Contribuição Extraordinária vai abranger mais 80 mil reformados
Reformas acima dos mil euros vão pagar CES e as que ultrapassem os 4611 euros por mês terão taxa agravada
A Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) vai passar a ser aplicada a todas as pensões acima dos mil euros brutos. A medida, ontem aprovada em Conselho de Ministros, fará com que cerca de 402 mil pensionistas fiquem sujeitos a esta taxa contributiva. São mais cerca de 80 mil face ao universo atual, segundo os números avançados pelo Governo. Além deste alargamento, haverá ainda um agravamento da CES para as pensões mais altas.
Com esta alteração à CES, que deverá começar a ser aplicada a partir de março, o Governo espera conseguir uma receita adicional de 230 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 60% do encaixe necessário para colmatar o efeito do chumbo da convergência das pensões. A outra parte será obtida através de um aumento dos descontos para a ADSE. No final do Conselho de Ministros de ontem, Maria Luís Albuquerque referiu que o patamar dos mil euros foi aprovado “por unanimidade”, procurando desta forma por fim aos rumores que davam conta do mal-estar que esta mexida na CES teria causado no seio do Governo. “A dificuldade foi tomar esta medida e não o patamar”, disse também Marques Guedes.
Leia também: Desconto para a ADSE vai subir para 3,5%
Reduzir o valor mínimo das pensões sujeitas a CES dos atuais 1350 euros para os mil euros colocou na alçada desta taxa mais cerca de 80 mil pensionistas, o que indicia que até agora esta contribuição era suportada por 322 mil pessoas. Este número ultrapassa, contudo, o universo de 272 mil reformados que inicialmente foi contabilizado como estando sujeito a CES, dos quais a maior parte eram da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e 77.448 da Segurança Social (2,8% do total). No novo modelo da CES, passam a ficar abrangidos 139.291 pensionistas da Segurança Social (o que equivale a 5% do total) e 262.577 da CGA.
No essencial, as taxas da CES vão manter-se inalteradas, continuando a variar de forma progressiva entre os 3,5% e os 10%. Mas as pensões mais elevadas terão um agravamento nas taxas marginais, passando a pagar 15% na parte que excedam os 4611 euros mensais e 40% na parte que vá além dos 7126 euros. No modelo ainda em aplicação, estas taxas abrangiam apenas os montantes que ultrapassassem os 5050 e os 7545 euros, respetivamente.
A medida vai ainda ser discutida com os sindicatos, mas a expetativa do Governo é que todo o processo fique concluído a tempo de poder entrar em vigor em março. O objetivo é que vigore apenas em 2014 pois, tal como sublinhou Pedro Mota Soares, foi entretanto constituído um grupo de trabalho técnico que irá estudar uma solução “de reforma duradoura dos sistemas públicos de pensões”, aproveitando assim a abertura manifestada no acórdão do Tribunal Constitucional sobre a convergência. Esta reforma, disse, não substituirá a intenção, manifestada no Guião de para a Reforma do Estado, de avançar com o plafonamento das pensões.
Lucília Tiago - Dinheiro Vivo Online - 10/1/2014

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publicado às 19:05


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José Cardoso Pires escreveu, em adenda de Outubro de 1979 ao seu «Dinossauro Excelentíssimo»: "Mas há desmemória e mentira a larvar por entre nós e forças interessadas em desdizer a terrível experiência do passado, transformando-a numa calúnia ou em algo já obscuro e improvável. É por isso e só por isso que retomei o Dinossauro Excelentíssimo e o registo como uma descrição incómoda de qualquer coisa que oxalá se nos vá tornando cada vez mais fabular e delirante." Desafortunadamente, a premunição e os receios de José Cardoso Pires confirmam-se a cada dia que passa. Tendo como génese os valores do socialismo democrático e da social democracia europeia, este Blog tem como objectivo, sem pretensão de ser exaustivo, alertar, com o desejável rigor ético, para teorias e práticas que visem conduzir ao indesejável retrocesso civilizacional da sociedade portuguesa.

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