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 Comissão Europeia esclarece o que "Durão Barroso realmente disse" sobre limites de austeridade

Declarações de Barroso sobre o facto de a Europa estar a atingir os limites da austeridade “irritaram” o porta-voz do partido de Merkel. Depois das notícias de vários jornais internacionais, a Comissão Europeia emitiu um comunicado onde consta o que “realmente” foi dito pelo antigo primeiro-ministro português. Notícia publicada no Jornal de Negócios Online de 23 de Abril de 2013

 

 

Os títulos de vários jornais internacionais davam ontem conta de uma viragem da Comissão Europeia em relação à austeridade, com base nas declarações do seu presidente, Durão Barroso, num evento em Bruxelas, na Bélgica.

 

“Barroso diz que a Europa está perto do limite face à austeridade”, escreveu o “Financial Times”. O “The Guardian” optou pela mesma ideia: “A União Europeia [está] perto do limite da austeridade”. Em Portugal, também o “Diário de Notícias” avançou que “Durão Barroso diz que austeridade ‘atingiu o limite’”. O Negócios, citando o "Expresso", também cita que a "austeridade atingiu o limite".

 

A Comissão Europeia decidiu lançar hoje um comunicado em que esclarece o que realmente foi dito. Sem intermediários. “Debate sobre a austeridade e crescimento: O que o presidente Barroso realmente disse no ‘think tank’ Dialogue, em Bruxelas”. Este é o título do comunicado de imprensa hoje colocado no site oficial da Comissão.

 

O discurso principal de Barroso já tinha sido inserido na página onde constam os comunicados de imprensa da Comissão Europeia. Esta terça-feira, 23 de Abril, foi inserido um novo comunicado onde constam duas perguntas feitas ao português, uma da moderadora, outra do jornalista do “The Guardian”, e as respectivas respostas. Tudo para mostrar o que “realmente” foi dito por Durão Barroso.

 

Para o “The Guardian”, a publicação da mensagem é uma negação, por parte da Comissão Europeia, de que há uma qualquer viragem no que diz respeito à austeridade. Uma dupla viragem.

 

O que foi dito

 

Os limites à austeridade, na óptica de Barroso, são visíveis em alguns aspectos, sublinha o comunicado. “Apesar de esta política estar fundamentalmente correcta, penso que alcançou os seus limites em muitos aspectos, porque uma política, para ser bem-sucedida, não pode ser apenas bem estruturada. Tem de ter um mínimo de apoio político e social”. Logo depois Durão Barroso afirma, como confirma o comunicado, que se está a “alcançar os limites das políticas actuais”.

 

“Do ponto de vista político e social, uma política que é vista apenas como austeridade não é obviamente sustentável. É por isso que precisamos de combinar a indispensável – e sublinho indispensável – correcção dos desequilíbrios das finanças públicas (...) com medidas para o crescimento apropriadas, incluindo medidas de curto prazo para o crescimento, porque algumas dessas reformas exigem tempo para produzir efeitos”

 

Apesar de adiantar que a Comissão não foi capaz de explicar a razão para implementar as políticas de austeridade orçamental, Barroso rejeita a simplificação da mensagem de que é necessário escolher entre austeridade e crescimento. “É completamente errado. Nós precisamos é de políticas orçamentais sólidas. Precisamos de reformas mais profundas para a competitividade e precisamos de investimento, nomeadamente com uma dimensão social”, conclui.

 

A reacção alemã

 

A nota com o que “realmente” foi dito por Barroso foi colocada num dia em que o porta-voz parlamentar do partido de Angela Merkel para as questões orçamentais, Norbert Barthle, afirmou que as declarações do português o “irritaram profundamente”.

 

“Um abandono do percurso rigoroso de consolidação orçamental na Europa seria um sinal fatal de que não estamos a ser verdadeiramente sérios quando falamos de reformar os nossos países”, disse o germânico citado pela agência Bloomberg.

 

O "senhor Barroso" no seu melhor! A plena confirmação do comentado ontem em "Idiota Útil"!

Rui Beja

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publicado às 22:43

"Idiota Útil"

22.04.13

Barroso: política de austeridade atingiu o limite

Presidente da Comissão diz que a Europa não soube “colectivamente” explicar aos cidadãos o que estava em jogo na resposta à crise, conforme notícia Lusa/Público Online de 22 de Abril de 2013

 

 Barroso insurge-se contra “preconceitos” e garante que portugueses são “extremamente trabalhadores” GEORGES GOBET/AFP

A aplicação de medidas de austeridade é necessária para corrigir os desequilíbrios dos países, mas a política apenas centrada na redução do défice “atingiu os seus limites”, defendeu nesta segunda-feira o presidente da Comissão Europeia, citado pelo Expresso.

Durão Barroso considerou, em Bruxelas, que as políticas de austeridade não tiveram aceitação social, conduzindo a tensões na Europa. E "uma política que é apenas vista como austeridade é claro que não é sustentável", alertou, segundo o semanário.

Para o presidente do executivo comunitário, que falava num debate organizado por diversos think tanks (grupos de reflexão) sobre o estado da União Europeia, a grande falha da UE na resposta à crise foi precisamente não conseguir explicar aos cidadãos “o que estava em jogo”. “É aqui que acho que não fizemos tudo certo. Não fomos capazes, colectivamente – instituições europeias e estados-membros –, de explicar o que estava em jogo e construir o apoio necessário”, o que, assumiu, contribuiu também para que se desenvolvessem “preconceitos inaceitáveis”.

Barroso criticou os “preconceitos” que estão a emergir na Europa, afirmando que aqueles que pensam que os povos do Sul são “preguiçosos” estão enganados e que, por exemplo, “os portugueses são extremamente trabalhadores”. Um dos principais problemas de hoje, disse, é a polarização na Europa, “que está a ameaçar tornar-se o resultado final da crise”.

Segundo Durão Barroso, há a tendência, por parte dos cidadãos de alguns países, em simplificar a visão sobre outros países. Por um lado, nos países da periferia, há quem considere que “os problemas que têm não foram criados por si, mas por alguém, regra geral Berlim ou as instituições europeias ou o Fundo Monetário Internacional”, o que, disse, não corresponde à verdade. Pelo outro lado, sublinhou, há “a ideia que existe nos países do Centro, ou nos países mais prósperos, de que houve alguma espécie de inabilidade dos povos da periferia ou do Sul, de que alguns destes povos são, por definição, preguiçosos ou incompetentes”.

“Este é um problema profundo, que eu considero moralmente intolerável e inaceitável. Vindo eu próprio de um destes países, posso dizer-lhes que o povo português é extremamente trabalhador”, declarou.

O presidente da Comissão apontou ainda que “é verdade que há, de facto, diferentes níveis de produtividade e competitividade na Europa, mas nem todos estes problemas são devidos às qualidades dos povos ou das nações”, como o mostra a História. “Não é preciso recuar muito” para ver como as histórias de sucesso ou insucesso dos países mudam do ponto de vista económico, afirmou.

 

Quando George W. Bush precisou de encenar os preparativos para a Guerra no Iraque, arranjou um "idiota útil" que se prontificou a entrar no jogo e aceder a que se realizasse, nas Lajes, em 16 de Março de 2003, uma cimeira fantoche que só nos envergonha. Como prémio, o "dito cujo" teve o direito de "ficar na fotografia" e de mostrar aos interessados em mandar na Europa por interposto "boneco de plasticina" que estava ali a pessoa certa: quinze meses depois era presidente da Comissão Europeia.Tem cumprido à risca o "papel de embrulho" para o qual é pago a "peso de ouro".

José Manuel Durão Barroso diz o qe diz e também o seu contrário, conseguindo não se envergonhar, nem se rir. Sobre Potugal já disse que tínhamos de aguentar com a "austeridade cega" imposta pela troika, ou mais propriamente pela sua "patroa" Angela Merkel; porque esse era o "bom caminho" para os portugueses. Agora diz que já não é verdade, não porque estivesse errado no que dizia, mas porque "uma política que é apenas vista como austeridade é claro que não é sustentável". Quem lhe encomendou este novo "sermão" e que credibilidade tem? Isso faz parte do "segredo dos deuses", ou, melhor dito, da "estratégia dos demónios".

Por cá, aguentamos tudo isto sem nos inquietarmos, sem nos indignarmos, sem afirmarmos, alto e bom som, que os portugueses não são uns "frouxos" dispostos a "empobrecer alegremente" e que não se revêem no que diz e faz o "senhor Barroso". Onde tudo isto chegou! Extraordinário!

Rui Beja

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publicado às 22:17


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José Cardoso Pires escreveu, em adenda de Outubro de 1979 ao seu «Dinossauro Excelentíssimo»: "Mas há desmemória e mentira a larvar por entre nós e forças interessadas em desdizer a terrível experiência do passado, transformando-a numa calúnia ou em algo já obscuro e improvável. É por isso e só por isso que retomei o Dinossauro Excelentíssimo e o registo como uma descrição incómoda de qualquer coisa que oxalá se nos vá tornando cada vez mais fabular e delirante." Desafortunadamente, a premunição e os receios de José Cardoso Pires confirmam-se a cada dia que passa. Tendo como génese os valores do socialismo democrático e da social democracia europeia, este Blog tem como objectivo, sem pretensão de ser exaustivo, alertar, com o desejável rigor ético, para teorias e práticas que visem conduzir ao indesejável retrocesso civilizacional da sociedade portuguesa.

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